segunda-feira, 27 de julho de 2009

Consulta de enfermagem pediátrica

A ENFERMAGEM, O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Semiologia Pediátrica

O desenvolvimento infantil é a característica primordial da criança que cresce, se modifica e se afirma como indivíduo.

Ao se atender suas necessidades essenciais, dia a dia, se garante seu crescimento e desenvolvimento harmonioso e se prepara a criança para o futuro, tornando-se assim, um adulto saudável.

“Para o pleno desenvolvimento as crianças necessitam, além de saúde, de amor e segurança, novas experiências, estímulos e de responsabilidades que gradativamente devam cumprir desde o início da infância”.
(MANCIAUX, 1984)


Pais, educadores, profissionais de saúde e autoridades devem trabalhar para que as crianças alcancem a boa saúde geral e para seu desenvolvimento integral.

Atualmente, as habilidades para avaliação física do paciente fazem parte do campo de ação, considerando como um instrumento que enriquece a informação e fundamenta a assistência da enfermagem.
Para êxito do exame físico a enfermagem deve ser capaz de distinguir com exatidão os sinais normais e anormais, como também a variações do normal entre pacientes.

Realizar os passos do exame físico é fácil, porém relacionar s sinais encontrados com um processo de tomada de decisão é algo que exige conhecimento, experiência e um contínuo treinamento.

Para facilitar relação terapêutica com as crianças e seus familiares a comunicação, verbal ou não, é de suma importância. Você já escutou alguma vez, algo parecido como: ...”se você não se comportar a enfermeira vai lhe dar injeção”... Frases e atitudes como essa, desencadeiam o medo e a desconfiança.


Então o que fazer?
A cça demonstra ansiedade na presença de estranhos. Brinque um pouco para que ela se acostume com você.

Deixe-a entrar em contato com o material que será usado no exame físico, para que ela se familiarize com ele.

Deixe os pais acompanharem a consulta.

Deixe a criança em posição cômoda.

Se a idade da cça permitir, coloque-a como pessoa ativa no fornecimento das informações durante a entrevista.

Respeite e compreenda a sua linguagem, atitudes e preconceitos, pois suas atitudes podem estar ligadas diretamente cm o seu grau de crescimento e desenvolvimento.

Deixe para o final o exame das partes mais sensíveis e dolorosas, evitando assim o estresse da cça e seus familiares.

Materiais necessário para o exame físico:
Mesa com antropômetro (toesa), balança, termômetro, estetoscópio, esfingnomanômetro, fita métrica, espátulas, lanterna, oto e laringoscópio.





PARÂMETROS E CARACTERÍSITCAS DO CRESCIMENTO

PESO

Excelente indicador das condições de saúde e da nutrição.
Curva de peso x informações relevante
O método da pesagem deve ser preciso

Indicações da curva de peso
Avaliação nutricional
Achados clínicos
Vigilância da desidratação
Implementação de ações preventivas


*Ganho de peso ponderal mensal nos dois primeiros anos de vida
Até 03 meses : 750 A 900 gramas por mês

De 3 6 meses : 600 gramas por mês

De 5 mese a 1 ano: 300 a 400 gramas por mês

De 1 a 2 anos: 200 a 300 gramas por mês


*Evolução do peso de 0 a 2 anos de vida

Peso do Nascimento (PN): 3.300 +- 3.500 gramas

Peso +- 5 meses: X 2
Peso +- 1 ano: PN X 3
Peso +- 2 anos: PN X 4


*Ganho ponderal anual de 2 a 7 anos
2 a 3 anos: 1.800 gramas a 2.000 gramas Por ano
3 a 4 anos: 1.800 gramas +- Por ano
4 a 5 anos: 1.650 gramas +- Por ano
5 a 7 anos: 1.500 gramas +- Por ano

Método de Pesagem
Verificar a temperatura do quarto, fechar janelas e portas.
Tarar a balança.
Material para o registro.

Técnica de Pesagem
Colocar a criança sobre a balança
Manipular os pesos
Ler o peso
Anotar o peso
Vestir a criança
Fazer a curva do peso se indicado

Recomendações
Pesar a criança em presença de uma pessoa conhecida
Explicar aos pais e/ou a criança o que vai fazer
Nunca deixá-la sozinha sobre a balança
Ser rápido e preciso, evitando a fadiga na criança
Determinar o momento habitual do dia (horário)
A criança sempre com o mesmo vestuário
Utilizar a mesma balança



ESTATURA

Excelente indicador das condições de crescimento.
Medida estável e regular
Crianças até dois anos medir deitada

Crescimento intra-uterino: Até os 6 meses cerca de 35 cm, em seguida até o nascimento 5 cm por mês.

Primeiro ano de vida: aumenta entre 20 a 22 cm.
Segundo ano de vida: aumenta entre 12 cm.
Entre 2 e 3 anos de vida: aumenta 8 cm.
Entre 3 e 4 anos de vida: aumenta 7 cm.

*Ganho estatural de 0 a 4 anos estimativa da estatura

No 1º ano de vida 3 cm por mês

Ano nascer +- 50 cm

0 a 3 meses 2 cm por mês

1 ano +- 75 cm

3 a 6 meses
1 – 1,5 cm por mês

2 anos +- 82 cm

6 meses a 1 ano
3 cm por mês

3 anos +- 91 cm

Entre 1 e 2 anos
1 cm por mês

4 anos +- 1m

Entre 2 a 4 anos
3 cm por mês



Método da Estatura
Verificar a temperatura do quarto, fechar janelas e portas.
Toesa móvel.
Prancha dura ou mesa.
Lençol de proteção.
Material para o registro.

Técnica da Estatura (até dois anos)
Colocar a toesa, fixa.
Colocar a criança de pés nus, sem fralda em decúbito dorsal
Cabeça em contato com a parte fixa da toesa.
Pressionar levemente os joelhos da criança, mantendo pernas alongadas
Ler a estatura
Anotar a estatura
Vestir a criança
Fazer a curva da estatura no cartão da criança

*Pode ocorrer variação de 2 a 3 cm na técnica, devido a necessidade de espichamento do esqueleto da criança.


Técnica da Estatura (depois de dois anos)
Colocar a criança em pé despida, de dorso e calcanhar contra a parede, pernas fechadas e olhar horizontalmente.
Verificar se os quadris na pendem para frente
Ler a estatura
Anotar a estatura
Vestir a criança
Fazer a curva da estatura no cartão da criança


Recomendações
Medir a criança em presença de uma pessoa conhecida
Explicar aos pais e/ou a criança o que vai fazer
Nunca deixá-la sozinha sobre a prancha ou mesa
Ser rápido e preciso, evitando a fadiga na criança
Utilizar a mesma toesa.


CABEÇA

Crânio
Forma e diâmetro;
Fontanelas (diâmetro, tensão, depressão)
Couro cabeludo (integridade, vigor e distribuição dos cabelos)

Face

Olhos:
espaço interocular,
simetria visual
integridade e coloração das mucosas conjuntivas;

Nariz:
Coanas
Ventilação
Secreção

Boca:
Lábios
Cor e umidade das mucosas
Integridade da língua e gengivas
Frênulo lingual
Dentição, integridade do palato,
Volume, coloração e integridade das amídalas

Ouvido:
Pavilhão
Implantação
Audição
Integridade

Pescoço
Tonicidade muscular
Flexão
Linfonodos




FONTANELAS

Moleira: uma proteção natural
Todo recém-nascido apresenta na chamada calota craniana – no alto da cabeça – duas aberturas: a fontanela anterior e a posterior, também conhecidas como moleira.

Suas funções principais são facilitar a passagem do bebê, na hora do parto, e permitir, junto com as suturas (pequenas linhas de separação entre os ossos da cabeça), o crescimento adequado do cérebro. Mais tarde, a própria natureza tratará de fechá-la.
A fontanela anterior é maior e a que mais demora a fechar. Mede cerca de dois dedos de largura e seu fechamento ocorre em torno do 9º ao 15º mês de vida. Uma de suas características é a pulsação, originada pela proximidade de vasos arteriais. A outra fontanela, menor, costuma estar fechada até o 2º mês de vida.

Um espaço para crescer
Outra função importante da moleira é permitir a flexibilidade da caixa craniana, dando lugar para o desenvolvimento do cérebro. No primeiro ano de vida, este alcança metade da dimensão que terá no adulto e apresenta um aumento de 135% em relação ao seu tamanho na hora do nascimento da criança. Embora não seja muito demorado, esse processo é muito importante.

Atenção! Devido à compressão craniana na hora do parto, é muito comum que a cabeça da criança apresente pequenas deformações, tomando, por exemplo, a forma afunilada, conhecida como moldagem. Depois de uma semana a dez dias, no entanto, tudo volta ao normal.
Quando há problemas
Um bebê que nasce com a fontanela fechada, tem o cérebro comprimido pela caixa craniana, problema conhecido como cranioestenose. Esse fechamento precoce pode causar-lhe deformidades na cabeça e até graves lesões neurológicas, devido ao encarceramento do cérebro.
A doença é congênita. Adquirida ainda na fase embrionária, suas prováveis causas são hereditárias, intra-uterinas ou infecciosas, como a sífilis.
Mais comum nos meninos (três para cada menina), deve ser tratada antes do 8º mês, mas é importante que o diagnóstico seja firmado até o 2º, para permitir um acompanhamento neurológico mais aprofundado. Isso pode acontecer por meio de cirurgia, na qual são criados espaços ou suturas no crânio, geralmente com resultados satisfatórios.
Outra dificuldade é a demora no fechamento da fontanela ou moleira, provocada pela hidrocefalia ou acúmulo do líquido da espinha dorsal na cabeça, o que provoca seu crescimento anormal. Também pode ser causada por alterações da tireóide ou hipertensão intracraniana. O tratamento de cada um desses problemas pode variar, mas no caso da hidrocefalia, também costuma ser cirúrgico, com a colocação de válvulas de drenagem.

Sim...
a pulsação do coração é percebida na moleira
o choro faz com que a moleira pulse mais forte
em algumas crianças, ela fecha mais cedo
em outras, pode demorar até os 2 anos
o crânio deve ter um crescimento homogêneo


Não...
para a moleira afundada. Pode ser início de desidratação
para a moleira abaulada. Entre as causas, está o excesso de ingestão de vitamina A.
para outras alterações na forma do crânio, por exemplo, se é achatado.
para o seu crescimento exagerado para a frente ou para os lados.

Atenção! Para pesquisar a moleira abaulada, deixe a criança levantada. A posição deitada pode dar uma falsa impressão de abaulamento.

As consultas regulares no primeiro ano de vida da criança ajudam a fazer o diagnóstico precoce de anormalidades cranianas e a definir o melhor tipo de tratamento. Para isso, o profissional tira as medidas cefálicas e acompanha o crescimento do neném.


PERÍMETRO CRANIANO - ( Pc )

Excelente indicador das condições de crescimento.
Avalia anormalidade cerebral (principalmente cresc. rápido)
Medida estável e regular
Crianças até dois anos medir deitada

Crescimento intra-uterino: Até os 6 meses cerca de 35 cm, em seguida até o nascimento 5 cm por mês.

Crescimento do Pc de 0 a 3 anos de vida
Ao nascimento: + 35 cm
1º trimestre: + 5 cm
2º trimestre: + 5 cm
3º trimestre: + 2 cm
4º trimestre: + 1 cm


Estimativa do perímetro craniano
Aos 12 meses: 47 cm
Aos 18 meses: 48 cm
Aos 2 anos: 49 cm
Aos 13 meses: 50 cm
Na idade adulta: 57 cm


Cálculo do Pc
Pode ser efetuado até um ano de vida da criança

Pc = altura + 10
2

Ex: Aninha , 03 meses de idade, está com estatura de 58 cm, qual o Pc atual?
Pc = altura + 10 Pc = 58 + 10 Pc = 29 + 10 Pc = 39 cm
2 2

Técnica do Perímetro cefálico – Pc
Aplicar fita métrica em volta do crânio, passando sobre os três pólos proeminentes.
Fazer a leitura no ponto de encontro das duas partes da fita métrica
Transcrever o valor


Obs: um simples deslocamento da fita pode alterar o resultado, levando a interpretações errôneas.




PERÍMETRO TORÁCICO - ( Pt )


Relação entre Pc e Pt
Até 06 meses:
Pc superior a Pt
Cerca de 06 meses:
Pc igual a Pt
Cerca de 09 meses:
Pc inferior a Pt

Técnica do Perímetro cefálico – Pc
Passa a fita métrica em volta do tórax, sob a axila e ao nível das mamas
Fazer a leitura no ponto de encontro das duas partes da fita métrica
Transcrever o valor


Segmentos do corpo
A relação dos egmentos define o aspecto morfológico de uma criança e seu grau de maturidade. Não é avaliado sistematicamente o controle do desenvolvimento, exceto no caso de anomalias evidentes.

PALPAÇÃO

Iniciar sempre de forma lenta e segura, principalmente nas áreas de maior sensibilidade tátil.
Observar a textura da pele
Presença de gânglios
Percepção da temperatura
Posição e consistência dos relexos
Expansibilidade torácica
Revisão geral do abdome (baço, fígado, rins...)
A criança pode apresentar rigidez muscular voluntária ou involuntariamente como forma de defesa.


PERCUSSÃO

Consiste em golpear a superfície do corpo de forma rápida, porém aguda, para produzir sons que permitam ao examinador determinar:
Posição
Tamanho
Densidade
Cada parte do corpo possui uma densidade diferente.
A percussão deve ser sistemática e ordenada.

AUSCULTA

Consiste em sons produzidos pelos diferentes órgãos do corpo com o objetivo de descobrir variações e desvios das suas características.
Pode ser efetuado por método direto, colocando-se ouvido diretamente na pele (pouco eficaz) e indireto, com a ajuda do estetoscópio.

Cuidados:
Fazer a consulta em ambiente silencioso.
O estetoscópio e o am-biente com temperatura agradável.
Posicionar o material diretamente com a pele da criança
Fazer a ausculta de forma simétrica e ordenada
A presença de roupas produzirá sons extrínse-cos ao exame.


ABDOME

Inspeção: Forma, Cicatriz umbilical, Movimentos peristálticos.
Palpação: turgor, elasticidade de parede abdominal, sensibili-dade, tensão, massas, vísceras, hérnias.
Percussão: delimitação das vísceras e massas, timpanismo.
Ausculta: peristaltismos, sopros arteriais


EXTREMIDADES
Tamanho,
simetria,
deformidades,
temperatura

MÚSCULOS
Estado trófico
Sensibiidade
Espasmos

COLUNA VERTEBRAL
postura (lordose, cifose, escoliose)
motilidade

GENITÁLIA

Feminina
Coloração
Higiene
Secreção
Grandes e pequenos lábios
Clitóris
Meão urinário
Períneo

Masculina
Higiene
Tamanho
Coloração
Condições de retração do prepúcio
Localização do meato urinário
Testículos (tamanho, simetria, consistência e sensibilidade)

Ânus e Reto
Fissuras,
Prolapso retal,
Hemorróidas
Ânus imperfurado


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